"As experiências
amargas podem nos tirar a alegria. Uma das maravilhas de Deus para nós é que
essa alegria pode ser reencontrada na adoração e na palavra de Deus que
alimentam a nossa fé.
O povo de Israel havia acabado a reconstrução dos muros de Jerusalém há poucos
dias, mas parecia que isso não os tinha alegrado o suficiente. Assim como nós,
eles precisavam descobrir ou redescobrir que em meio a tantos problemas e
dificuldades reencontrar-se com Deus e a sua palavra, tem o poder de renovar a
alegria, e que o passado deveria ficar para trás.
1º) O DESEJO DE OUVIR A PALAVRA RESTAUROU A UNIDADE (v.1).
O desejo pela palavra, sem máscaras ou acréscimos uniu o povo, porque eles
queriam obedecer a Deus. Não há como obedecer a Deus à parte do entendimento
das doutrinas da palavra de Deus (Jo 7.17). A unidade se torna visível
naturalmente, porque não é um produto das ações humanas, mas acima de tudo, da
ação de Deus nas nossas vidas. Quando queremos a Deus encontramos unidade,
quando queremos concretizar os nossos sonhos particulares encontramos
competição e partidarismo. A unidade é corporativa, não corporativista.
2º) O DESEJO DE OUVIR A PALAVRA PRODUZIU ADORAÇÃO GENUÍNA (v. 2-9).
O desejo de obedecer propiciou a perseverança para entender. Eles estavam ao ar
livre; acomodados precariamente. A busca pelo conforto é inimiga do
entendimento da palavra. Hoje queremos um culto que se pareça ao máximo com as
nossas poltronas diante de uma TV. Que o pregador seja engraçado; que fale o
que queremos ouvir; que seja breve. Aqui, o povo estava Atento (v.3), reverente
(v.5). Reverência é mais que silêncio durante as reuniões; é o respeito que se
deve ter com as coisas de Deus e os elementos litúrgicos do culto. Em adoração
e louvor (v.6); buscando entendimento do ensino proferido (v.8) e quebrantado
(v.9).
3º) O ENTENDIMENTO CLARO DA PALAVRA RENOVOU A ALEGRIA! (v.10-12).
O desejo de obedecer não deve nos levar à tristeza, mas à alegria e à comunhão
(Sl 126 e 137), porque “a alegria do Senhor é a vossa força” (v.10). Porque
dela tiramos forças; porque ela expressa a nossa força, ou seja, a nossa força
como povo de Deus é a alegria de servir a Deus.
Conclusão (v.11 e 12): O povo foi incentivado a festejar suas vitórias espirituais.
Nós fazemos churrasco quando passamos no vestibular, aniversariamos, ou
conquistamos um emprego melhor. Mas quando foi que fizemos um churrasco por
causa de uma vitória espiritual significante?!
A renovação da alegria aconteceu “porque tinham entendido as palavras que lhes
foram explicadas” (v.12). Queremos que o culto seja uma surpresa nova a cada
dia, mas o que realmente surpreende é a fidelidade de Esdras e dos levitas na
exposição das escrituras, porque eles liam e explicavam corretamente o que
liam.
A alegria do Senhor é a nossa força quando reflete a nossa unidade; quando se
alimenta da Palavra de Deus; quando revela publicamente a renovação espiritual
que a Palavra de Deus nos traz. O povo voltou para casa feliz, depois de uma
manhã de esforço e perseverança, depois de terem chorado e entendido as
Escrituras. O povo voltou feliz porque entendeu e ninguém poderia lhes tomar o
que estava em seu coração, a verdade de Deus, a força de sua vitória!"